Os Governos do mundo e o papel do Brasil - Parte I
Todos estamos acompanhando as transformações e as notícias do que vem ocorrendo mundialmente: Alianças antigas sendo quebradas, novas configurações de poder surgindo. Supremacias políticas, antes dominantes, perdendo sua influência para novas forças que buscam ocupar o espaço vago e assim por diante…
O fato é que novos tempos estão se apresentando e muito será revisto no mundo quanto ao papel das nações, seus governos e suas soberanias. Essa mudança não será iniciada por cúpulas políticas, mas sim pela força e pela voz do povo. E a que povo me refiro? À única e verdadeira nação, a de Deus, ou seja, a própria humanidade.
Enquanto perdermos tempo idealizando e idolatrando um governo humano por achar que este é o único capaz de nos salvar, permaneceremos alienados quanto à realidade no mundo: Não existe uma nação salvadora ou superior a qualquer outra. Já passou do tempo de aceitarmos isso. Oro a Deus para que possamos acordar para essa realidade antes que seja tarde demais.
Soberania Nacional e a essência do Povo
“Mas, isso já é mais que óbvio, Nicholas. Todas as nações são soberanas entre si, não há uma superior à outra”
Será? Teoricamente, concordo. Mas, na prática, as nações não são entidades conscientes, capazes de se relacionarem em prol de seus cidadãos. Elas são formadas exatamente por seres humanos que, em sua maioria, ainda evitam confrontar as próprias falhas e trabalhar pelo aprimoramento espiritual de suas vidas e de seus conterrâneos.
Costuma-se dizer que uma nação se define por três fatores: Terra, bandeira e povo. No entanto, ficamos muito presos à ideia de terra e bandeira e nos esquecemos de que o Povo é o mais importante. Por quê? Primeiro, porque a Terra não nos pertence, somos apenas usufrutuários do que a Natureza e Deus nos ofertam. Segundo, hoje em dia, uma bandeira pode ser criada em segundos por qualquer pessoa que utiliza Inteligência Artificial. Basta que um grupo a valide para que surja uma nova comunidade, por vezes alheia à identidade nacional preexistente. O que verdadeiramente constitui a nação, portanto, é o seu povo.
O Irmão Paiva diz que “A riqueza de um país está no coração do seu povo.”
O que podemos inferir disso é o surgimento cultural dos povos. Esquecemo-nos de que a cultura nacional é exatamente reflexo da relação de determinado povo com a terra em que escolhe viver. Hábitos, cerimônias, rituais, oferendas, tudo provém da capacidade dos filhos e filhas de Deus de encontrar diferentes soluções para os desafios de seus ambientes.
Por isso, é importante ressaltar que as diferentes percepções de vida não precisam estar em conflitos destrutivos. A própria bandeira, em seu princípio, deveria ser justamente isso: a representação do espírito único e vitorioso daquele povo, um símbolo que une as pessoas e suas jornadas, independentemente de suas diferenças individuais. A identidade nacional, portanto, é forjada na coletividade.
Mas quem é o inimigo?
Frequentemente, quando surge a ameaça de um "inimigo externo", o povo de uma nação esquece as suas diferenças internas para defender o grupo, ironicamente, passa a viver o “inimigo do meu inimigo é meu amigo”.
Mas quem é o verdadeiro inimigo? Seria uma única pessoa?
Ora, se a força da nação está na sua coletividade, compreendemos que o inimigo não é externo. Não, no seu sentido direto. Inimigos são eleitos, assim como os amigos.
“Ah, mas estão invadindo as minhas terras.” Defenda-se, mas lembre-se de que o ato de se defender é oposto a iniciar um ataque. O meu ponto é que não precisamos iniciar guerras para atender à ganância desenfreada de líderes alucinados ou mesmo permitirmos que nos forcem a participar de ataques que eles mesmos estão querendo realizar.
Tenham em mente que as relações nacionais ou internacionais com frequência são guiadas por interesses. Portanto, o inimigo anunciado pelos que foram escolhidos para liderar uma nação, no fundo, está visando um interesse comercial e de usufruto das vantagens que o tal inimigo possui. Antes de entrarmos de cabeça num conflito triste e irracional com o outro, reflitamos sobre a real necessidade disso. Nações nunca entrarão em guerra se seus povos decidirem não participar dos conflitos iniciados pelos seus líderes.
Mas, então, quem é de fato o inimigo externo? Exatamente a materialidade que afeta todos os povos: fome, miséria, doenças, pobreza, desigualdade social. Isso não é a realidade de uma única nação, está no mundo. Em certos lugares é mais evidente que outros, mas esse problema é global. O triste é que escolhemos ficar obumbrados pelo desejo material e viramos a cara para a necessidade espiritual.
Não podemos mais dizer que não temos capacidade intelectual ou tecnológica para resolver os problemas materiais que afligem o mundo. Já passou da hora de sairmos da infantilidade e assumirmos a vida adulta, reconhecendo que as vantagens de cada nação não estão aí para serem dominadas ou tomadas, mas para, unidas, trabalharem por um Mundo mais feliz. Mas até mesmo quando isso for resolvido, ainda haverá trabalho a ser cumprido e isso será voltado às necessidades espirituais.
O futuro econômico não é tecnológico, mas sim assistencial. No campo social e muito mais no campo espiritual.
Continua…