A Terceira Trombeta e o Meio Ambiente

Na pregação do Irmão Paiva, transmitida em 28 de junho de 2025, durante o 50º Fórum Internacional da Juventude Ecumênica da Boa Vontade de Deus, ele nos convoca a marchar corajosamente em nome de Cristo no mundo de hoje. É com esse espírito que escrevi:

É inegável que nosso ambiente é muito diferente do que era há um, três, cinco ou vinte anos, e assim por diante. Embora seja um tema bastante moderno, no sentido de que agora é um tema mais comum e recorrente. Este assunto já era um tema profético trazido por Isaías no século VIII a.C. (Isaías 24:3-5, 12-13, 20-22):

3 A terra será completamente devastada e totalmente saqueada. O Senhor falou assim.

4 A terra seca e murcha, o mundo definha e murcha, os céus definham com a terra.

5 A terra está contaminada pelos seus habitantes; eles desobedeceram às leis, violaram os estatutos e quebraram a aliança eterna.

12 A cidade está em ruínas, seu portão está destruído.

13 Assim acontecerá na terra e entre as nações, como quando se bate na oliveira, e como quando se deixam as uvas depois da colheita.

20 A terra cambaleia como um bêbado, balança como uma cabana ao vento; tão pesada é sobre ela a culpa de sua rebelião que ela cai — para nunca mais se levantar.

21 Naquele dia o Senhor castigará os poderes em cima nos céus e os reis em baixo na terra.

22 Eles serão amontoados como prisioneiros numa masmorra; serão encerrados na prisão e serão punidos depois de muitos dias.

E mais detalhadamente no Livro do Apocalipse de Jesus, quando a terceira trombeta anuncia (Apocalipse 8:10-11):

O terceiro anjo tocou a sua trombeta, e uma grande estrela, brilhando como uma tocha, caiu do céu sobre um terço dos rios e sobre as fontes de água — o nome da estrela é Absinto. Um terço das águas tornou-se amargo, e muitas pessoas morreram por causa das águas que se tornaram amargas.

Nossa responsabilidade e as profecias de Deus

Há uma tendência natural a pensar que o que as Profecias de Deus trazem como agentes de Suas Leis advém de um aspecto externo do ser humano. Mas é claro que, se a Profecia vem de Deus e diz que uma estrela está descendo sobre os rios, não há dúvida de que o deus maquiavélico a enviou para nos atormentar, pobres seres humanos, vítimas de todos os caprichos divinos.

Uma perspectiva vitimista sobre as ações de Deus em relação à humanidade não é apenas disseminada, mas também enfatizada. O que é irônico, no entanto, para uma perspectiva judaico-cristã. Isso é muito comum e poderia ser considerado um dos pontos centrais da Mitologia Antiga, onde a humanidade está à mercê dos caprichos de humanos semelhantes a deuses que desejam uma vida de lazer.

Em oposição a isso, encontra-se a perspectiva judaico-cristã, segundo a qual a humanidade não é apenas criada por Deus, mas também imbuída da característica de ser participante de Sua Criação. Dito isso, qualquer consequência revelada pela profecia não é externa a nós, mas sim nossas ações que são a causa. A Misericórdia que Cristo nos demonstra se dá ao revelar nossa sentença antes do veredito do julgamento.

A Terceira Trombeta e a inteligência corrompida

Em relação ao que é narrado na Terceira Trombeta, e de acordo com o estudo do Irmão Paiva sobre esses símbolos, as estrelas representam a luz brilhante de um talento que nos foi dado por Deus: a Inteligência. Podemos então analisar esta passagem e entendê-la como a manifestação da inteligência corrompida. Não se trata apenas de uma representação simbólica de uma visão misteriosa. Percebe-se que a sentença apresentada é uma consequência direta do mau uso que fazemos do talento que Deus nos deu.

Sua corrupção gera a diminuição dos recursos naturais necessários à nossa sobrevivência. Não é arrogância observar os erros do passado e se esforçar para corrigi-los, mas é uma estupidez incomensurável negá-los e repeti-los. Isso demonstra a ignorância escolhida.

Outro ponto é que a difícil aceitação da participação da humanidade em seu próprio futuro traz alienação aos efeitos atuais. Na realidade, o que é narrado nesta passagem está acontecendo. A praga nos rios e nas fontes de água já afetou. Basta ver nos noticiários quantos problemas ambientais estamos enfrentando por causa da poluição. A estrela chamada Absinto não representa apenas um possível corpo no universo que pode vir “aleatoriamente” (dependendo da sua perspectiva) julgar ou repreender todas as nossas ações, por causa da “Ira” de Deus, que é uma representação ilustrativa da sentença das Leis Divinas. Mas é também a manifestação da ignorância pela razão. Há quantos anos já estamos discutindo a escassez de água potável? E por quanto tempo justificaremos o envenenamento, a amargura dessas águas, causados ​​por nossa inteligência corrompida, como uma sentença externa a pretensos “inocentes”?

A humanidade não pode mais usar a desculpa deconhecimento insuficiente para entender o que polui as águas. Ainda precisa perceber o que está acontecendo internamente para assumir a responsabilidade por suas ações.

Águas Internas

Além da poluição dos rios e das nascentes, também é necessário perceber a poluição das nossas águas interiores. Ou seja, das nossas emoções, do nosso raciocínio, da nossa psique e do nosso espírito.

Isso não é algo novo; simplesmente ainda não nos foi trazido à consciência. Todos nós temos exemplos em nossas vidas de inteligência corrompida, isto é, estrelas de Wormwood, que cada vez que falam, sentimos como se estivessem poluindo nossa intimidade, nos levando a ideias e ações malévolas. Isso, no final, só produzirá amargura em nossas vidas, seja como seres reencarnados ou espirituais.

O mesmo acontece espiritualmente falando. Podemos atrair para nossas vidas corpos espirituais, isto é, Espíritos Eternos, que nos corromperão ou poluirão nossas mentes e emoções. São seres que ainda manifestam sua personalidade malévola e influenciam aqueles que se conectam a eles.

Limpeza das Águas

“Então o Senhor lhe disse:’Vocês, fariseus, limpam o exterior do copo e do prato. Mas o interior está cheio de rapina e maldade. Insensatos! Aquele que fez o exterior não fez também o interior? Mas deem esmola do que está dentro, e eis que tudo lhes será limpo.’

Jesus (Lucas 11:39-41)

Uma limpeza espiritual interna é necessária para que os desafios ambientais externos possam ser enfrentados sem dificuldades. O único que pode promovê-la em nós é Jesus Cristo. Ele submete nossas vidas a processos nos quais, em cada etapa, os detritos espirituais são filtrados.

É um processo constante que precisa ser conquistado todos os dias. Persistência e consistência são fundamentais para transformar os processos espirituais em hábitos naturais.

Uma vez alcançada essa fase, o que costumava levar muito tempo, agora pode levar metade do tempo e, então, quando menos se percebe, nenhum tempo.

“Jesus respondeu-lhe:‘Se conhecesses o dom de Deus e quem é que te pede: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.’ [A mulher samaritana perguntou a Jesus de onde Ele viria e quão grande era a Água da Vida Eterna]O Divino Mestre então respondeu:‘Todo aquele que bebe desta água [do poço] terá sede outra vez, mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Pelo contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna.’"

(João 4:10,13-14)

Agora não é hora de duvidar se aceitamos ou não o que Cristo tem a oferecer. É hora de arrependimento e oração para que a oferta misericordiosa de Jesus possa conduzir a humanidade à redenção.

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