O Reino de Deus e Novos Horizontes
Existe uma realidade além do horizonte material
Jesus nos ensina em Seu Evangelho que “o Reino de Deus está dentro de nós” (Lucas, 17:21), portanto, há na nossa intimidade uma realidade que ainda teimamos em não perceber. É literalmente uma questão de perspectiva.
Algo que não elimina a realidade externa do Reino de Deus, porquanto a sociedade, as cidades, as nações em que vivemos são exatamente construídas pelo que carregamos em nosso interior. Dentro disso, compreendemos que o Céu e o Inferno são realidades que primeiro se formam no nosso espírito e que depois são externalizadas.
A Naturalidade do Espírito
Há uma questão muito interessante na ciência política, que busca entender o funcionamento social e político de um conglomerado que passa a assumir um nome em comum, e esta é: Qual o Estado Natural do Ser e consequentemente da Sociedade?
Existem opiniões diversas, mas que em resumo circundam a ideia de sermos seres naturalmente bons ou maus. Isto é, se somos naturalmente bons quando sozinhos e ficamos corrompidos quando em sociedade ou se ocorre o inverso.
Nisso, não podemos deixar de pontuar a pré-existência de uma consciência anterior à condição material do ser humano. Há aqueles que acreditam que somos naturalmente uma página branca, isto é, seres inanes, vazios e que a sociedade vai preenchendo com normas sociais estabelecidas culturalmente e que se fixam ao longo dos anos, sem nenhuma pré-existência supernatural.
Difícil fica concordar com a segunda crença do estado natural quando observamos similitudes culturais entre sociedades que nunca tiveram contato. Além disso, há ainda a própria discussão quanto à origem e ao que é a consciência.
Acredito que um dia chegaremos à compreensão daquilo que a Religião intui como sendo natural ao ser antes da sua formação material, isto é, a existência do Espírito Eterno (Gên, 1:27; Jo, 4:24).
A Realidade da Vida Espiritual
O Cristo Ecumênico nos ensina em Seu Evangelho, segundo João, 3:5: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus.”
Essa realidade ocorre pela Lei Universal da Reencarnação, que prepara o nosso Espírito para perceber a existência do Reino de Deus em si, conforme foi discutido anteriormente. Então, há invariavelmente a necessidade de uma depuração espiritual para a percepção da nossa capacidade, entregue por Deus, de nos integrarmos Nele.
Como então poderíamos, logicamente, resolver tudo o que precisa em nosso espírito, apenas numa única vida material? Precisamos de tempo para isso, e é o que Jesus nos oferece até o momento do Seu Retorno Triunfal.
Concomitante a isso, a sociedade vai cada vez mais entendendo a necessidade de resolver o que está no seu íntimo, ou seja, no espírito. Atualmente, o mundo vive uma busca, sem precedentes, por um sentido maior, uma conexão com o transcendente, isto é, o Espiritual e Divino. Em resumo, busca a conexão com o próprio Criador, Deus.
Jovens e adultos das mais variadas idades, procuram meios que lhe fazem sentir essa conexão, seja pela religiosidade, a espiritualidade ou mesmo pela terapia.
Não se pode mais ignorar essa realidade e necessidade. Somos muito mais do que a carne que vestimos. Somos Espíritos Eternos e chegaremos a uma era em que o “véu de Isís” caíra e passaremos a observar a nossa Pátria de Origem.
O desenvolvimento natural do Espírito
Como falamos, o Mundo Espiritual é uma realidade. Aceitando ou não aceitar, todos os dias, temos momentos em que a nossa percepção ultrapassa a capacidade material da massa cinzenta.
Essas circunstâncias ficarão mais recorrentes. Qual o nosso trabalho diante disso? Nos educar espiritualmente. O que é completamente contrário à ideia de forçar um desenvolvimento. A Educação Espiritual promove o desenvolvimento de forma natural.
Para compreensão figurativa, a educação espiritual deve acontecer igual a quando vamos à academia para fortalecer progressivamente os músculos. Quando respeitamos a capacidade e o tempo do nosso corpo, crescemos. Quando isso não acontece, o músculo se rompe. Aí a recuperação se torna morosa.
Essa educação espiritual acontece quando buscamos sentir, entender e refletir sobre o que acontece em nosso íntimo e assim encontrar o Reino de Deus que está dentro de nós, conforme Jesus nos ensina (Lucas, 17:21). Agora, o que seria uma prática eficaz para isso?
O próprio Cristo de Deus nos ensina: “Vigiai e Orai” (Mateus, 26:41). Ou seja, converse com Deus, medite sobre Suas Leis Divinas e trabalhe realizando o Bem, ajudando o próximo, cuidando de si no campo da saúde física e mental. Como consequência, a realidade do Mundo Espiritual se fará mais e mais presente na vida e a veremos com os olhos de Jesus, nosso Divino Mestre e Senhor.
Novos Horizontes
O Irmão Paiva, em seu artigo “Caminho Marítimo para as Índias” do Espírito, comenta: “A Vida é eterna, como o Amor autêntico. O Livro das Profecias Finais mostra essa realidade, quando para nós vislumbra Novo Céu, Nova Terra, Nova Jerusalém (Apocalipse, 21:1 e 2). Trata-se do torrão natal, para onde todo exilado deseja volver. Porém, um fato maravilhoso ocorrerá desta vez: o nosso país de origem, o Céu, é que virá ao nosso encontro, baixando das Alturas à Terra (Apocalipse, 21:9 a 11)”
Essa descida vai acontecendo através da aplicação do que foi discutido aqui. Ao compreendermos e entendermos o Reino de Deus, que está dentro de nós, vamos gerar os bons frutos com ações inspiradas, intuídas e financiadas pelo próprio Divino Mestre. Antes de qualquer ação, é preciso receber educação.
Aliás, quando Jesus voltar e consagrar o surgimento da Nova Jerusalém, uma nova história surgirá. Será que estaremos prontos para estar nela?

